segunda-feira, 25 de maio de 2015

POEMA PARA MARIA

                                 

                                                       
                             

                       
Meus devaneios poéticos,
Do mais profundo pensar,
Levaram-me ao doce encanto
De um encontro sublimar:
Conhecer a poetisa    
De lirismo singular! 

É buscadora incansável
Da essência mais humanística
De paz e fraternidade.  
A sua lira altruística    
É como suave música
Em magistral aforística.

De olhar doce, meigo e ingênuo,
Maria de Jesus Carvalho
É consagrada com méritos
Criadora sem atalhos    
Do belo experimental 
“Albus Quercus” – o carvalho!  

No contexto dos seus versos,    
Até mesmo toda imagem        
Pode se tornar poética        
Trazendo grande abordagem
De sentimentos secretos    
Rememorados na aragem. 

Obrigado, Massapê,
Do belíssimo Ceará,
Por brindar o nosso mundo
Com a filha que ateará
Nuanças de doce lira
Que, por certo, alardeará. 

Os solfejos de suas preces
Disseminam os fulgores
Do invisível mais sublime
De poesia e amores
Em que as intrigas e guerras
Tornam-se bombas de flores. 



Autoria:  Antenor Rosalino

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sábado, 23 de maio de 2015

A MULHER DE BRANCO

              
                                               

  Dentre os tipos de pessoas de minha cidade, popularmente conhecidas por suas atitudes estranhas, destaca-se uma senhora negra que perambula principalmente na área central, sempre vestida de branco com vestido longo e óculos escuros.
  Com passos vagarosos, caminha em silêncio e um tanto contemplativa, em profunda observância às pessoas e coisas circundantes, causando curiosidade a todos. Não se vê esta senhora conversando com alguém ou sentada, e suas paradas são raras e sempre muito rápidas.
  Em seu habitual percurso, esta mulher de branco chega a parecer um anjo permeando entre os apressados passos dos transeuntes. Parece ter aprendido a deixar a vida fluir abundantemente à sua volta, não se importando com o que os outros possam pensar a seu respeito. Afinal todos pensam bem ou mal a nosso respeito de qualquer maneira.
  Partindo desta premissa, logo podemos tirar daí um sábio ensinamento. Desde que temos consciência de nosso reto pensar e, por conseguinte, não estamos prejudicando quem quer que seja, não há necessidade de sermos tão coerentes sempre. Podemos agir como desejamos e até mudarmos de opinião, sem que possamos nos envergonhar disto.
   Parece que esta senhora, absorta em seus pensamentos não sente no âmago qualquer mágoa que possa acorrentá-la ou a angústia da solidão dilacerando suas vísceras.
   Tendo-a observado por alguns segundos num destes dias em que me desfaço de toda e qualquer tribulação e deixo a poesia universal preencher a minha alma, conclui, sobretudo, que muitos são os que se julgam perfeitos, superiores aos demais em razão de suas posses, cultura e sociabilidade, outros negam este perfil humano de autoridade por sabê-lo transitório, passageiro e inconsequente. Pensei também naqueles que têm dúvida a respeito e acham que pode ser necessário certa exaltação e glamour quando se consegue a graça de uma vitória sobre os semelhantes. Por fim, a minha conclusão foi tácita: todos nós, agindo ou não como a mulher de branco, sendo loucos ou sábios, haveremos, um dia, cedo ou tarde, cada qual à sua maneira,de nos aproximarmos de Deus
  Esta mulher de branco, talvez, no mundo só dela, tenha um sonhar simples que o coração acalenta com a mesma meiguice com que contempla o carinho dos cachorrinhos que rosnam para ela amorosamente, no jeito das pessoas que carregam sorrisos em vez de choros e vice versa.
  Enfim, consciente ou não, insana ou lúcida, ela consegue transmitir o espetáculo amorável de pureza, serenidade e singeleza. E os perfis assim, angelicais, conseguem fazer com que a vida seja esculpida sempre em  transcendental poesia.

Autoria:  Antenor Rosalino
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domingo, 17 de maio de 2015

VERBO DELINEADO



                                                      
                                      


Nas entrelinhas dos versos
Desprendo-me do cansaço
Intercalando o concreto
Com magnetismo abstrato,
E espero assim o fetiche
Das luzes dos grandes astros.

Num porvir longe das dores
Tenho a pele tatuada
De transcendente retiro
Com a alma apaziguada.
Distraindo nas escritas
As lágrimas sufocadas.

No verbo delineado
Escorre mui magnética,
Latente, assim, visceral
A perfeição da estética
Na letra silenciada
Na aprimoração da ética.

Pela janela entreaberta
Vejo o sol brincar nas sombras!
Também distraio o pensar
Divisando nas penumbras
O meu estro iluminar
Tudo o que a visão assombra.

A minha letra, por vezes
Causa até mesmo estranheza
Escorre vã, desnorteada...
Mas profunda é a sutileza
Com resquícios de utopias
Permeando a realeza.

Mergulhado no silêncio
Do real e imaginário
Vou tecendo o pensamento
Absorvendo adagiários,
Na ânsia mais incontida
Do lirismo em corolário.



Autoria:  Antenor Rosalino

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quarta-feira, 13 de maio de 2015

LEMBRANÇAS REBUSCADAS


                                    
                                                              
                                   
                                                          

Desprendendo-me do cansaço
Procuro meus sonhos vividos
E me pergunto em penumbras tristes:
Onde foram parar as doces ilusões
E meus delírios?

Aqueles sonhos vividos
Em noites e dias sem fim
Levaram-me a ouvir e entender estrelas
Sentindo o sândalo das flores
A permear os jardins.

Na longa estrada infinda
As lembranças rebuscadas
Traz a leda madrugada
De plenilúnios serenos
E quimeras encantadas!

Tão breve são as horas...
E neste silêncio que há em mim
Sinto a necessidade íntima
De desfazer as angústias
Do meu viver carmesim.



Autoria:  Antenor Rosalino

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domingo, 10 de maio de 2015

OPORTUNIDADES ESTUDANTIS




                                             


   Não se pode negar que a educação no Brasil carece de bem mais investimentos em todos os ângulos. Essa carência sugere, principalmente, cursos de atualização e preparação dos professores, visando a melhor adequação dos mesmos aos inúmeros desafios e dificuldades que terão na implantação da melhor didática escolar.
  A arte de ensinar, por si só, é a alavanca que move o mundo, mas, para que o mundo se mova em ideias e construtos humanitários e promissores rumo ao almejado desenvolvimento pleno, é preciso que haja a contínua preocupação com essas atualizações, concomitantes a salários satisfatórios.
  O que desejo discorrer aqui, entretanto, não é sobre essas pontuações que apenas reforçam e fazem coro com a sensatez daqueles que veem na educação o único caminho capaz de reconstruir o homem e o mundo, o que, aliás, é incontestável, mas para as reais possibilidades que vislumbram para que todos os jovens realizem o sonho universitário.
  Notadamente, assim como não se pode negar a necessidade de investimentos no contexto educacional, é inegável também que são muito satisfatórios os financiamentos governamentais concedidos àqueles que desejam cursar uma faculdade. Isso deve ser reconhecido. Além disso, há os cursos de graduação que podem ser feitos à distância, e o que é de suma importância, esses cursos são devidamente reconhecidos pelo Ministério da Educação e Cultura.
  É também, da mais relevante importância os polos do programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) que se propagam por todo o país onde os estudantes também podem prestar vestibular e, se aprovado, poderá fazer o curso de sua preferência ministrado por qualquer grande universidade do país no polo escolhido, sem se comprometer com financiamentos.
  Somam-se a isso o Programa Escola da Família, em que o aluno presta serviços nos fins de semana em alguma instituição de ensino e, com isso, paga os custos de seus estudos.
  Com tantas oportunidades que se abrem aos interessados em continuar seus estudos, pode-se concluir que, em nossos dias atuais, só não estuda mesmo quem não quer, ou quando as circunstâncias são extremamente desfavoráveis.
  É oportuno dizer que, todo país que visa aprofundar-se no conhecimento, o estudo e as pesquisas são continuados. Sendo assim, o estudo e as pesquisas caracterizam-se como algo substancial para a vida toda, independentemente de idade.
  As facilidades citadas para o ingresso à faculdade somadas a um dinâmico ensinamento com a introdução de cursos de capacitação para os professores, remete à premente necessidade da orientação e aconselhamento dos pais no sentido de alertar os filhos para a verdade intrínseca e irrefutável do imortal Monteiro Lobato em sua máxima: “Um país se faz com homens e livros”.



Autoria  Antenor Rosalino

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quinta-feira, 7 de maio de 2015

ÍRIS DE UM NOVO DIA





A manhã primaveril
Prenunciando alegria
Ostenta todo o fascínio
Do universo em sintonia
Com a humanidade em festa
No raiar de um novo dia.

Tudo então ganha sentido.
Os sorrisos se iluminam
E os passarinhos felizes
Com seus cantos alucinam
No alvorecer e crepúsculos
Em sonhos que não se findam.

                                    As amarguras se vão...
                                    Agonizantes lamúrias
                                    Que se perdem sem destino,
                                    Transmudando as auguras
                                    De canções em abandono
Nas mais hilárias abjuras.


A calmaria da noite
Pouco a pouco com seu manto
De glamour e poesia
Traz a íris do acalanto,
Revestida de ternura
Com perfume de crisanto.

Há no éter um mistério
Com perfis de canção bela!
Envolvente poesia
Nas cidades e favelas.
Não há lugar para o pranto
Nenhum langor prolifera.

                                    As belas flores em viços
                                    Divisando a luz solar
                                   Disseminam seu perfume
                                   Fazendo o mundo avivar
                                   Proezas, doces encantos
                                   Dos sonhos à luz lunar.



                Autoria:  Antenor Rosalino

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domingo, 3 de maio de 2015

LEMBRANÇAS INCRUSTADAS

                    

                                                             



 A natureza intuitiva da qual somos dotados, nos mostra a cada dia e sempre mais, que, as lembranças inesquecíveis que ficam definitivamente incrustadas no mais íntimo do nosso ser não são aquelas que foram pautadas em trivialidades, nas coisas banais do cotidiano, mas sim, aquelas que nos causam comoção que pode ser tanto de alegria quanto de tristeza.
  No transcorrer da existência humana, vivenciamos abundantes bênçãos divinais, as quais, não só deixam marcas imorredouras de gratidão, como também provocam mudanças comportamentais. São muitos os casos de pessoas que após passarem por cirurgias dificílimas, como foi o meu caso, ou de terem sido salvas milagrosamente de uma tragédia qualquer, renascem para a vida com a alma mais leve e plena. Tornam-se bem mais compreensíveis e aquiescentes. Outras existem que, após experienciarem uma grande desilusão amorosa, a perda de um ente querido ou derramarem prantos de dor motivados por intempéries do acaso, começam a olhar a tudo e a todos com mais cautela, sem a mesma confiabilidade de outrora e vagam temerosos de uma nova desilusão. Um exemplo tácito de que a saudade só é latente quando provém de um acontecimento profundo de dor ou alegria, é o fato de ser um dos temas mais explorados por poetas e poetisas de todo o mundo, os quais tratam a saudade com tal profundidade e lirismo em seus poemas, odes e contos apaixonantes, como se este sentimento fosse o porto derradeiro dos seus corações.
  A flecha da saudade, portanto, não fere apenas os corações esmaecidos por uma felicidade que tenha marcado a nossa vida, como por exemplo, as lendas inesquecíveis da infância, que ficam para sempre incrustadas na memória, mas também, os corações nos quais repousam o amargor de alguma desventura ou desilusão que insiste em visitar vez por outra os nossos corações, trazendo-nos angústias e névoas de desesperança aos nossos sonhos e projetos futuros. 
  Somente as lágrimas provocadas por intensa felicidade ou por profunda dor, trazem a nostalgia silenciosa que invade as nossas vísceras e, sorrateira, perturba ou alisa a nossa calma.



Autoria: Antenor Rosalino

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sexta-feira, 1 de maio de 2015

CARNAVAL



        
                      


 No aspergir das serpentinas
 A lua sorri no além!
 E os folguedos multicores
 Fazem-me sorrir também
 Dissipando as amarguras
 Em cada lance que vem.

 O plenilúnio fecunda
 Alegrias sem iguais...
 Diversivas fantasias
 Nos brilhos mais colossais!
 O mundo, então, se energiza
 Entre sonhos magistrais!

 Os pierrôs se maravilham
 Com o glamour das colombinas...
 Em perfis ternos, sublimes
 São crisálidas as meninas.
 Como criança em gangorra
 As diversões me alucinam!

 Doidivanas disseminam
 O apogeu de seus feitiços
 Na passarela do samba
 Cantam e sorriem em viços
 Num espetáculo fulgurante
 Que ressoa no infinito!

 As cabrochas em suas alas
 Transmutam toda tristeza
 E a alegria se faz
 Nos gingados e leveza
 Deixando um apelo supremo
 De perpétua realeza.

 O plenilúnio liberta
 As lascívias represadas.
 Os lindos sonhos flutuam
 Sob estrelas endeusadas
 Até que o alvor do dia
 Devolva a vida adornada.



Autoria: Antenor Rosalino

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