domingo, 7 de agosto de 2016

PROSEAR O MUNDO

                               

                                                               



  Olho para o céu calmo, claro, alabastrino e fico a imaginar como seria o mundo sem as nuanças do prosear entre as pessoas em suas infinidades de gostos, tendências e sentimentos.
  Os escritores, principalmente os poetas, vêem o mundo e as coisas muito além do que elas se apresentam e exteriorizam o seu sentir em palavras que nos surpreendem pela profundidade de belos detalhes que, não raras vezes, nos passam despercebidos. Os contadores de estórias formam outro grupo de pessoas interessantes. As suas prosas são agradabilíssimas e, quando se pegam a contar suas estórias conseguem criar atmosferas de puro encantamento.
 O prosear pode ser considerado também um brincar com as palavras, estas fluem despreocupadamente, sem a necessidade de objetivar algo, é como o vôo dos pássaros na amplidão, e não deixa de ser uma atividade que, tal qual a poesia, acaba se tornando um vigoroso exercício para a imaginação e a criatividade. É como, por exemplo, nadar sem o objetivo de chegar a lugar nenhum.
 Os diálogos e prosas não só estreitam os laços de amizade, mas também nos ensinam. Podemos obter informações e esclarecimentos sobre muitas coisas e também transmitir experiências vividas.
  As pessoas têm latente no âmago, cada qual e a seu modo, as suas inclinações e isso faz com que essas tendências se exteriorizem e, de alguma forma, nos envolvem. Por essa razão, embora a comunicabilidade seja necessária e o prosear faça com que tenhamos maravilhosos momentos de descontração e alegria, é preciso estar atentos no sentido de mantermos sempre um nível de conversação saudável, proseando o mundo em suas diversidades de esplendor, encantamentos e alegrias.
  Conforme avançamos na idade, mais sábios vamos ficando, inclusive, pelas prosas descontraídas e é uma das maiores dádivas vivermos o suficiente para ter cabelos grisalhos, mas com os risos da juventude gravados para sempre em sulcos profundos do rosto.
  Muitas são as pessoas que não riram e se foram antes de seus cabelos ficarem prateados. E, enquanto vivermos, não devemos nos aprisionar e nem nos atermos tanto a questionamentos e lamentações sobre o que poderíamos ter sido, ou nos preocuparmos com o que ainda seremos.
  Quem proseia, distante de fofocas e maledicências, sem a preocupação e a arrogância de julgar os outros, sabe bem o benefício que isso traz e que, sem dúvida, é uma das maiores opções para uma alma livre e feliz.


Autoria:  Antenor Rosalino

Imagem da internet



6 comentários:

  1. Olá, Antenor. Teu texto é maravilhoso, como sempre, contém a sabedoria e a suavidade que apenas a maturidade pode nos trazer.

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    1. Oi, Ana Bailune! Como é bom receber o elogio de alguém igual a você, tão sensível à poeticidade da vida, tão culta e possuidora de literalidade ímpar. Fico feliz e muito lhe agradeço.

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  2. Boa noite, Antenor, prosear é uma das melhores formas de amar... Amei o texto, obrigada!
    Excelente semana, abraços carinhosos
    Maria Teresa

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    1. Bom dia, Maria Teresa. Como é bom saber que o meu labor literário não está sendo em vão! Muito obrigado, querida amiga, e os votos são recíprocos.

      Afetuoso abraço.

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  3. Olá meu querido amigo, Antenor, nada mais gostoso do que prosear com amigos, uma prosa sadia que pode até gerar poesia, e se tiver um violão e uma noite de luar, é um excelente programa. Texto muito gostoso de se ler.

    Desejo um final de tarde com muita paz no coração.
    Bjão no coração amigo.

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  4. Bom dia, querida amiga Diná, você definiu com perfeição os momentos prazerosos que as prosas com os amigos nos proporciona, principalmente quando se tem um violão en noites de plenilúnio. Grato pelo gentil comentário, afetuoso abraço e ótima semana.

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